sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Mitos da Transformação


Mitos da Transformação
MITOLOGIA E ASTROLOGIA: Mitos da Transformação

Este setor apresenta um texto original sobre um mito. Em seguida, sua interpretação conforme o sentido astrológico – pela caracterização de um Signo ou de outra característica astrológica.

Mitos da Transformação

Céix e Alcione

Céix, rei de Traquis, filho de Eósforo (Lúcifer), sobrinho de Anfitrião, portanto primo de Hércules, com o qual cultivava a amizade. Alcione, filha de Éolo, o Senhor dos Ventos, era esposa de Céix, cuja qualidade dessa união conjugal, se reconhecia o mais pleno sentido de felicidade; pelo quanto significava a relação do casal (motivada por uma perfeita complementação).
Entrementes, por causa da morte de seu irmão e das sucessivas ocorrências nefastas logo após esse fato, Céix se tornara apreensivo; tendo por alternativa realizar uma consulta urgente em um oráculo sob os auspícios de Apolo; cuja decisão implicada numa longa viagem, dependia de um certo acordo com a rainha, a qual motivada pelos seus próprios presságios – devido aos seus temores – não aprovava.



Numa tentativa de poder motivar Céix a desistir da viagem, Alcione relatou sobre a violência dos ventos, complementando em seguida – por causa da notória impossibilidade de mudar a resolução –, com um pedido de seguir na companhia do rei, justificando que, por ser filha de Éolo, significaria uma grande proteção durante a jornada; cujas suas sugestões foram em vão.
 


Depois de longa e comovente despedida entre o casal, com promessas de um breve retorno, Céix embarcou sob os acenos – lágrimas e soluços – de Alcione, que permanecera nesse tipo de expectativa até o exato instante no qual  o barco sumiu no horizonte.



Entretanto, quase no meio do percurso surgiu o imprevisto, o mar se agitava – cada vez mais – e o céu escurecera pelo qualificado prenuncio de um terrível furacão. Competentes, os marinheiros imediatamente recolheram as velas e concluíram os demais procedimentos de segurança; os quais ainda assim não foram suficientes, cuja situação resultara na total destruição da embarcação. 
Hera não suportava mais aquele número excessivo de pedidos ininterruptos enviados – sob preces – por Alcione, sempre suplicando a mais plena proteção de seu esposo; quando de repente, por sua própria visão de deusa, constatara naquele exato instante, o trágico naufrágio que determinou a morte de Céix.



Como Alcione ainda insistia com suas súplicas, Hera (reconhecendo sua omissão) convocou sua fiel mensageira Íris, para ir até o reino do sono, com instruções dirigidas a Morfeu, cuja realização dessas ordens deveria resultar no fim daquele caso.



Após longa viagem – enveredada apenas para baixo –, Íris finalmente atingira a região do silêncio profundo, o qual exigia a sua mais plena atenção pela localização da morada de Morfeu, cujo tipo de precaução consistia em não se envolver com o ambiente contagiante, que induzia – sobre todos no local – estados imediatos de entorpecimento.
No entanto, pela sua própria eficiência de mensageira, Íris cumpriu sua missão.



Pela própria ordem de Hera, Morfeu só precisava se metamorfosear em Céix, depois se apresentar em sonho – sob essa forma – para Alcione, com o anúncio simbólico de que já estava morto; como essa era a sua especialidade, realizou seu trabalho com êxito.
Pois, logo ao acordar a rainha se dirigiu ao mar (para o local onde se despedira de seu esposo), com um forte pressentimento de que algo muito especial deveria acontecer naquele momento.



Sob o olhar voltado para as águas, em curto tempo, se apercebera que as ondas impulsionavam algo de estranho, que após certos avanços, se mostrava com melhor nitidez, até ser identificado como um corpo de homem, o qual em sua ligeira aproximação reconheceu imediatamente: era o cadáver de Céix.



Primeiro vieram as lágrimas de indignação, mas algo de extraordinário estava prestes a acontecer, visto que, Hera cuidava do caso com muita dedicação. Então, para impedir que Alcione ousasse cometer  suicídio, por causa de seu desespero crescente, a deusa, como num estalo, transmutou a rainha em pássaro; o mesmo ocorrendo com Céix (apesar de sua condição de morto) pela própria complementação de um novo par (de aves).
Assim, os “dois” se acasalaram pela continuidade daquela nova espécie de ave marítima, classificada pelo nome: Alcion, considerada depois,  com respeito e admiração pelos marinheiros.

(continua)