domingo, 1 de fevereiro de 2015

Mitos de Sentido Familiar II

Mitos de Sentido Familiar II
MITOLOGIA E ASTROLOGIA: Mitos de Sentido Familiar II



Este setor apresenta um texto original sobre um mito. Em seguida, sua interpretação conforme o sentido astrológico – pela caracterização de um Signo ou de outra característica astrológica.

Mitos de Sentido Familiar



Pélops pelo mérito de sua vitória sobre Enomau (seu sogro) e por seu casamento com Hipodâmia, se elegera rei de Pisa, cujo reino conseguira ampliar numa junção da cidade de Olímpia, incluindo outras regiões adjacentes. Laio que fugira de Tebas em busca de proteção, se abrigou nesse seguro território sob a cordial hospitalidade de Pélops.
Na corte, viveu durante longo tempo com todas as regalias de um príncipe.
Nesse ambiente quase que em família para Laio – sempre tratado como honroso herdeiro do trono de Tebas – sucedeu um fato indigno de um príncipe. Movido pelo instinto da paixão Laio raptou Crisipo, filho de Pélops com a ninfa Axioqué. Encolerizado com o desrespeito o rei o amaldiçoou com o aval – furioso – da deusa Hera que, defendia a sagrada honra familiar. Crisipo envergonhado do caso se suicidou. Devido a essa atitude incontida de Laio teria se originado a maldição dos Labdácidas.
Em Tebas, os gêmeos que usurparam o trono não tiveram um destino benfazejo como regentes do reino. Pelas flechas certeiras de Apolo e Ártemis, Anfião e todos os seus filhos foram abatidos como castigo para a orgulhosa Níobe, a qual era sua esposa e mãe de seus descendentes. Em outra versão do mito, o ataque teria liquidado só os seus filhos, cuja tragédia o enlouquecera, tendo sido morto somente quando tentou incendiar um templo de Apolo. Zeto, sob circunstâncias parecidas, morrera de uma tristeza profunda pela perda de seu único filho, também morto por Apolo.

Depois desse fato, Laio logo subiu ao trono de Tebas e se casou com Jocasta.
Por três vezes, o oráculo de Delfos o alertara para que de forma alguma gerasse um filho, sem nunca esclarecer com detalhes o motivo dessa prevenção. De qualquer forma, conforme consta em algumas variantes se justificaria nessa narrativa do mito, o fato de Laio – alarmado através do oráculo – supor que seria morto pelo seu próprio filho.
Com o nascimento de Édipo sua rejeição pelo próprio filho ocorreu de imediato.



Os calcanhares do menino foram perfurados e seus pés atados, com ordens para que fosse abandonado num local distante. O crime de mutilação cometido por Laio, ainda se valia da própria tradição, pela qual toda criança deformada – em sua maioria – não era benquista para a adoção.
Numa narrativa popular, Édipo teria sido abandonado no monte Citerão, suspenso pelos pés numa árvore. Forbas, um pastor local que presenciara a cena – por acaso – sem suspeitas, de imediato o socorreu, o qual por esse fato ainda deveria servir de testemunha em decorrência do mito.



Numa iniciativa – imediata – de acuidade levara apressadamente o menino, até poder se dignificar na presença da rainha de Corinto, a qual como não podia conceber filhos o acolheu como uma dádiva.
Considerado um membro de família o menino fora reconhecido pelo nome Édipo em alusão – carinhosa – ao significativo de “pés inchados”.
Criado e educado na corte de Corinto como autêntico príncipe, se identificava como filho – único – do rei Pólibo e da rainha Mérobe, sem saber que houvera sido adotado. Ainda assim, por conta de uma variante do mito, ocorreu o seguinte:
Num banquete um dos convivas, sob o efeito do vinho o insultara, aludindo que ele como único príncipe de Corinto, não era mais do que um “filho postiço”.



Por esse motivo ou por outras razões, Édipo resolveu ir consultar o oráculo de Delfos para conhecer seu destino. Em Delfos, frente da pítia – esbravejando – se informara por esse vaticínio que, “mataria seu pai e ainda se casaria com sua própria mãe”; a qual - sob efeitos mediúnicos – apressadamente o expulsou do recinto. 
Aterrorizado com a profecia, preferiu nunca mais voltar ao reino de seus queridos pais, para que jamais incorresse na possibilidade de cometer um crime desse porte.
Indeciso partiu sem rumo. Confuso por seus pensamentos sombrios seguia em seu carro distraído, sem perceber – com atenção – que se encontrava muito próximo de uma encruzilhada, a qual estreitava o caminho pelos rochedos locais. Num avanço precipitado deu de encontro com outro transporte no qual se encontrava Laio e sua pequena comitiva. De modo insurgente o cocheiro exigia que abrisse a passagem. Eram cinco os homens: Laio, o arauto, dois servos e o cocheiro, que aos gritos lhe dirigiam ofensas. Na reação de cólera Édipo partiu para a imediata agressão. Primeiro matou – sem saber quem era – Laio, o mais agressivo e depois avançou contra os demais.
Após a morte de Laio, Creonte, irmão de Jocasta sucedeu o trono, o qual numa imprescindível campanha – com anúncios em todas as regiões da Grécia – oferecia a sua coroa para o vencedor da Esfinge. Essa decisão urgente tomada pelo novo rei se relacionava com a viagem frustrada de Laio na qual morrera, cujo objetivo seria ir consultar o oráculo em Delfos, na expectativa de poder livrar Tebas desse monstro. 
A Esfinge descendia de Tifon e fora enviada por Hera como castigo. Na sua aparência monstruosa fazia lembrar um rosto e busto feminino, em cujo resto de seu corpo, pela horrível deformação para uma legítima mulher, apresentava: garras de leão, longas asas e outras discrepâncias físicas. Com repentinos assaltos sem possibilidades de escapes aterrorizava a população. Do alto de um monte próximo aos portões da cidade permanecia na espreita; e cada uma de suas presas era induzida a decifrar seus enigmas, os quais eram formulados em versos. Caso a solução da charada não estivesse de acordo – como sempre acontecia – a vítima por ela morria estraçalhada. Muitos jovens tebanos e até mesmo Hêmon, filho do rei Creonte morreram nessas condições.



Édipo interessado no – tentador – prêmio que se oferecia se dispôs a enfrentar o desafio da “cantora maligna”, como – popularmente – era conhecida com terror.
Frente ao monstro ouviu serenamente o seu “canto” e a seguir, elucidou seus versos com sabedoria e expressiva convicção. Incontida pelo desrespeito de ter sido decifrada, com um grito sobrenatural, o qual muitos ouviram – alarmados –, a Esfinge voou e depois se atirou de um precipício contra os rochedos para nunca mais ousar atacar mais ninguém.



Pelo alívio do povo por essa vitória, o prêmio era merecedor e Édipo, recebido na corte de Tebas como herói obteve a coroa, se casando – depois das comemorações – com Jocasta (viúva do rei Laio).
Por esse casamento Édipo e Jocasta reinaram felizes durante muitos anos, em cuja união teve quatro filhos: Etéocles, Polinice, Antígona e Ismene.



Tudo parecia transcorrer bem até que, a manifestação de uma peste surgiu para assolar o reino. Édipo – até então – dignificado como herói (ou ídolo) de seu povo teria de encontrar uma imediata solução contra a epidemia.
O oráculo em consulta sobre o fato anunciara que, “o flagelo no reino se devia ao assassinato do rei anterior (Laio) não solucionado, cujo crime ainda mantinha seu autor sem punição”.
Essa informação – misteriosa do oráculo – exigia a abertura investigativa sobre uma ocorrência muito antiga, pela qual o rei não media esforços em desvendar; como que quando estivera diante da Esfinge sob o risco de seus enigmas.
Para apurar os fatos num andamento que evitasse lacunas, seria necessário partir desde a descritiva ocasião da ocorrência. Pelo depoimento de Jocasta: Laio – com seus súditos – morrera durante um assalto, no qual um dos servos conseguira fugir; cuja tragédia assim a noticiara. Interrompendo – de forma estranha – as interrogações iniciais do rei, seu cunhado Creonte, propunha que Tirésias poderia auxiliar no caso. Com a imediata aprovação da rainha, esse famoso profeta que era cego, logo se apresentou na corte. Pelas ordenadas perguntas de Édipo, Tirésias parecia estar se desvirtuando dos fatos reais, originando com isso a discórdia entre ambos, na qual Creonte defendia o adivinho. Para consumar sua suspeita o rei acusou Tirésias como conivente da trama de Creonte, pela qual pretendia tomar o seu cetro. Irado com a calúnia Tirésias resolveu afirmar que o assassino de Laio era o próprio rei. Aflita, Jocasta retorquiu com a afirmativa na qual o oráculo vaticinara que, Laio seria morto pelo seu próprio filho e não por assaltantes. Sem esconder mais nada, Tirésias revelou que a profecia do oráculo se confirmara. Pairava assim a dúvida de parricídio e incesto, faltando ainda provar essa acusação.   

(continua)