segunda-feira, 2 de abril de 2012

Mitos da Voracidade

Mitos da Voracidade
MITOLOGIA E ASTROLOGIA: Mitos da Voracidade

Este setor apresenta um texto original sobre um mito. Em seguida, sua interpretação conforme o sentido astrológico – pela caracterização de um Signo ou de outra característica astrológica.

Mitos da Voracidade:



Píramo e Tisbe

No reino de Semíramis, dois jovens assírios, o esbelto Píramo, e a bela donzela, Tisbe, moravam em casas contíguas, de cuja inevitável proximidade se originara a mais profunda paixão entre ambos. Porém, isso se tratava apenas de um sentimento deveras impróprio em relação aos interesses dos pais de ambos; sob uma questão tão radical que, nem podiam conversar livremente, vale salientar, nem ao menos havia uma possibilidade de se olharem (nem de longe), em razão dos obstáculos (familiares) impostos. Em função desses dissabores, a força dessa atração incontrolável parecia crescer ainda mais. Dessa forma, pela ânsia provocada por esse tipo de impulso, o qual aguçara o senso de observação de cada um; os dois amantes descobriram uma fresta entre as duas casas (dada por falta de manutenção), que era o suficiente para se comunicarem. Então, por meio desse recurso marcaram um encontro para a noite seguinte, entre um monumento da cidade, conhecido como “Túmulo de Nino”; combinando ainda que, o primeiro a chegar deveria esperar o outro debaixo de uma amoreira branca, bem próxima de um fonte e frente ao local determinado, onde pretendiam decidir o exato rumo de suas vidas (em comum).
Por ter chegado primeiro, a moça se dirigia para a amoreira branca, tendo entrementes, notado a presença de uma leoa, a qual, após devorar sua presa, seguia em busca de água da fonte; deixando em pânico Tisbe, que precisou correr. Na fuga seu véu, que Píramo facilmente saberia identificar, caiu, servindo assim de vestígio.
Em seu furor, a leoa,  com a boca ainda suja de sangue, não só manchou como também rasgou o véu.



Píramo, chegando mais tarde, encontrou o véu, o qual horrorizado reconheceu, julgando assim que Tisbe havia sido devorada; por isso se matou com sua espada.
Pouco depois, Tisbe, abandonando a gruta em que se refugiara voltou ao local, e, tendo encontrado Píramo morto, apanhou a arma fatal e com essa atravessou seu coração.
Assim, a amoreira ficou manchada com o sangue dos amantes, e, as suas amoras brancas, desde esse momento se tornaram vermelhas (para sempre).





Atreu e Tiestes

Atreu, filho mais velho de Pélops, sucedera a Euristeu, rei de Argos, por ser o esposo de sua filha Aérope. Tiestes, seu irmão, dominado pela ambição, em função de sua personalidade inclinada ao crime, se opusera quanto a partilha de Atreu sobre aquele reino, o qual se revelava como um próspero legado de Pélops. Na glória desse império e entre os membros da corte, se evidenciava a virtude de um carneiro, cujo tosão era de ouro, o qual Hermes (Mercúrio) havia dado para Pélops como tributo pelos seus triunfos; que, ardilosamente, Tiestes conseguiu roubar. Além dessa injuria ainda cometera um revoltante ultraje, ao seduzir Aérope, numa ousadia sucedida de rapto. Nessa fuga, Tiestes conseguiu evitar as agressões de seu irmão; em cujas condições de urgência, deixara de levar consigo seus filhos, em razões dos quais se tornara apreensivo. Por isso, em sua astúcia, sob o auxílio de amigos, enviara a proposta de um possível reencontro amistoso. Atreu, sem vacilar, fingindo consentir tal retorno, urdia o seu mais cruel plano de vingança.
Então, Tiestes voltou ao reino, iludido pelas aparências daquele tipo de reconciliação. Pois, Atreu realizara um fausto banquete, durante o qual selaram uma recíproca amizade; cuja maior surpresa, consistia no fato desse rei ter esquartejado os filhos de Tiestes que foram servidos – em pedacinhos – ao próprio pai.
Tiestes, no fim da refeição, como não tivera outra oportunidade, ansioso, pediu para rever os seus filhos, de cuja mesa não participavam; daí, Atreu, ironicamente, ordenou aos servos para que os trouxessem, os quais voltaram com bacias contento as cabeças dos mesmos.
Entretanto, depois de algum tempo, Tistes encontrou Egisto, fruto de uma relação conturbada, o qual, por isso, tinha abandonado, mas que, naquele momento estratégico o reconhecera como filho.
Egisto, de origem deveras voraz, fora incumbido de executar a vingança de seu (assumido) pai, em cujo fato decidiu no momento exato, conseguindo assim matar Atreu. Após esse crime, Tiestes assumiu o trono de Argos. 



Clitemnestra 

Egisto, filho de Tiestes, astuto – como era –, buscava o momento exato para se vingar dos filhos (por tutela) de Atreu, Menelau, esposo de Helena, e Agamêmnon, marido de Clitemnestra, cuja oportunidade – sob certa forma razoável –, surgira quando esses dois tiveram que partir em combate contra o cerco de Tróia. Dessa feita, Egisto seduziu Clitemnestra, a qual o aceitou sem apresentar qualquer tipo de resistência.



Quando Agamêmnon voltou, o plano de seu assassinato já estava bem esquematizado pelos dois; pois, Clitemnestra, depois de imobilizar a vítima lhe atirando uma rede, com isso facilitou para que Egisto concluísse o fato com seu punhal.



Clitemnestra, que ainda mandara emparedar Cassandra, trazida como prisioneira de Tróia; publicamente, anunciou seu casamento com Egisto; justificando o assassinato de Agamêmnon, como represália, por esse ter oferecido sua filha Ifigênia, em sacrifício aos deuses, para obter bons ventos, cuja explicação descontentou sua filha Electra. 



(continua)